Uma das maiores atrações turísticas da região do centro de Portugal são os canais da Ria de Aveiro e todas aquelas atividades e tradições relacionadas com a mesma. Mesmo na costa encontramos os palheiros da Costa Nova.
Estás são edificações charmosas, pintadas às ricas de cores existentes na barra conhecida como Costa Nova do Prado, ou simplesmente Costa Nova. Eram originalmente decorados em tons de vermelho ocre e preto, utilizados como antigos armazéns de alfaias da pesca.
Estes palheiros tradicionais surgiram após a abertura da Barra do Porto da Ria de Aveiro em 1808, já que os pescadores das campanhas piscatórias originalmente da “costa velha” de Ílhavo mudaram-se para a Costa Nova e começaram a construir “palheiros” para guardarem as redes e outros materiais associados à pesca. Estes eram inicialmente amplos e sem quaisquer divisões interiores e, mais tarde, divididos com tabiques de madeira que eram “decorados” com conchas de ostras.
Com o tempo outras famílias, colegas profissionais, patrões, escrivães e “arrais” (mestres de barco) de diversas companhias visitando o Porto de Aveiro, foram sendo atraídas para a zona nos meses de verão e outono, transformando-os nos atuais “palheiros”, com riscas coloridas, bem à “moda burguesa de ir a banhos” da segunda metade desse século, para que pudessem servir como habitação na estação balnear.
Embora, na atualidade, muitas sejam as atrações turísticas da Costa Nova (clube de vela, escolas de surf, kite e paddle, mercado de peixe e mariscos, restaurantes variados, praias de areia branquíssima), são sem duvida os Palheiros a atração ex-libris, e os que fazem as delicias de turistas de todas partes do mundo. Turistas que não conseguem ir embora sem a foto obrigatória!
Um dos mais típicos e históricos palheiros da Costa Nova, que ainda hoje pode ser observado, é o palheiro edificado em 1886 pertencente à família de José Estêvão Coelho de Magalhães (1809-1862), Aveirense ilustre que se destacou em várias áreas, nomeadamente como parlamentar, político e jornalista.
O famoso escritor Eça de Queiroz, frequentador habitual do palheiro, considerava a Costa Nova "um dos mais deliciosos pontos do globo". Numa carta a Oliveira Martins, refere este palheiro, dizendo: "Não pude desbastar a minha montanha de prosa, Levar as prosas para os areais da Costa Nova, não é prático - ó homem prático! Há lá decerto a brisa, a vaga, a duna, o infinito e a sardinha – coisas essenciais para a inspiração mas falta-me essa outra condição suprema: um quarto isolado com uma mesa de pinho!". Este ilustre palheiro reuniu alguns dos grandes nomes da cena artística portuguesa e políticos da época, não só o Eça de Queirós, como também o Guerra Junqueiro e Oliveira Martins, associados à “Geração de 70” e ao movimento do “realismo”.
Visitar os Palheiros da Costa Nova na região centro é um passeio a não perder caso passe por Aveiro, pois a marginal da Costa Nova é um lugar encantador e único na paisagem portuguesa. Com a refrescante vista da ria de um lado e as fachadas coloridas do outro, é perfeito para um agradável passeio. As fachadas com riscas verdes, azuis, encarnadas e amarelas são cativantes, e aqui você pode fazer parte de um ambiente acolhedor e tradicional, donde as famílias vizinhas se conhecem há gerações.
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Estás são edificações charmosas, pintadas às ricas de cores existentes na barra conhecida como Costa Nova do Prado, ou simplesmente Costa Nova. Eram originalmente decorados em tons de vermelho ocre e preto, utilizados como antigos armazéns de alfaias da pesca.
Estes palheiros tradicionais surgiram após a abertura da Barra do Porto da Ria de Aveiro em 1808, já que os pescadores das campanhas piscatórias originalmente da “costa velha” de Ílhavo mudaram-se para a Costa Nova e começaram a construir “palheiros” para guardarem as redes e outros materiais associados à pesca. Estes eram inicialmente amplos e sem quaisquer divisões interiores e, mais tarde, divididos com tabiques de madeira que eram “decorados” com conchas de ostras.
Com o tempo outras famílias, colegas profissionais, patrões, escrivães e “arrais” (mestres de barco) de diversas companhias visitando o Porto de Aveiro, foram sendo atraídas para a zona nos meses de verão e outono, transformando-os nos atuais “palheiros”, com riscas coloridas, bem à “moda burguesa de ir a banhos” da segunda metade desse século, para que pudessem servir como habitação na estação balnear.
Embora, na atualidade, muitas sejam as atrações turísticas da Costa Nova (clube de vela, escolas de surf, kite e paddle, mercado de peixe e mariscos, restaurantes variados, praias de areia branquíssima), são sem duvida os Palheiros a atração ex-libris, e os que fazem as delicias de turistas de todas partes do mundo. Turistas que não conseguem ir embora sem a foto obrigatória!
Um dos mais típicos e históricos palheiros da Costa Nova, que ainda hoje pode ser observado, é o palheiro edificado em 1886 pertencente à família de José Estêvão Coelho de Magalhães (1809-1862), Aveirense ilustre que se destacou em várias áreas, nomeadamente como parlamentar, político e jornalista.
O famoso escritor Eça de Queiroz, frequentador habitual do palheiro, considerava a Costa Nova "um dos mais deliciosos pontos do globo". Numa carta a Oliveira Martins, refere este palheiro, dizendo: "Não pude desbastar a minha montanha de prosa, Levar as prosas para os areais da Costa Nova, não é prático - ó homem prático! Há lá decerto a brisa, a vaga, a duna, o infinito e a sardinha – coisas essenciais para a inspiração mas falta-me essa outra condição suprema: um quarto isolado com uma mesa de pinho!". Este ilustre palheiro reuniu alguns dos grandes nomes da cena artística portuguesa e políticos da época, não só o Eça de Queirós, como também o Guerra Junqueiro e Oliveira Martins, associados à “Geração de 70” e ao movimento do “realismo”.
Visitar os Palheiros da Costa Nova na região centro é um passeio a não perder caso passe por Aveiro, pois a marginal da Costa Nova é um lugar encantador e único na paisagem portuguesa. Com a refrescante vista da ria de um lado e as fachadas coloridas do outro, é perfeito para um agradável passeio. As fachadas com riscas verdes, azuis, encarnadas e amarelas são cativantes, e aqui você pode fazer parte de um ambiente acolhedor e tradicional, donde as famílias vizinhas se conhecem há gerações.
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Marisol Ferreira
Obcecada com detalhes de arquitetura e a poesia no inesperado, contadora de historias e mãe galinha. |