A Praia da Boca do Rio deve o nome à sua configuração natural de desembocadura fluvial, funcionando como foz de três ribeiras que aqui desaguam: a Ribeira de Vale Barão, a Ribeira de Vale de Boi e a Ribeira de Budens. A convergência destas linhas de água desenvolveu uma zona húmida junto à foz, conhecida como “Paul da Lontreira” por constituir habitat de lontras que também frequentam a zona marinha, um hábito muito raro nestes mamíferos tendencialmente exploradores de áreas ribeirinhas. Toda a envolvente da Praia da Boca do Rio é rica em biodiversidade, destacando-se a avifauna. A sua vocação piscatória remonta, pelo menos, ao Período Romano. O edifício que domina a enseada remonta ao século XVIII, tendo sido construído por ordem do Marquês de Pombal para serventia dos pescadores da armação de pesca do atum que ali operou. No paul interior, a investigação geológica detetou níveis de depósitos sedimentares gerados pelo Grande Terramoto de 1755. Convida a caminhadas na envolvente e propicia um roteiro interpretativo disponível nesta aplicação. Com marcadas características mediterrânicas, esta praia integra-se em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.