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O universo da habitação em Portugal está passando por mudanças significativas, com o Primeiro-Ministro destacando a habitação como uma "frustração" pessoal em uma entrevista. Portanto, não é surpreendente que a habitação surja como um ponto focal no projeto do Orçamento do Estado para 2024.



1. Ênfase na Habitação: A ênfase do governo é evidente em seu foco no apoio ao aluguel, crédito habitacional e benefícios fiscais. O termo "habitação" aumentou sua presença no documento orçamentário em 61%, aparecendo 181 vezes, em comparação com suas 112 menções em 2023. O orçamento de 2024 é histórico, pois marca a primeira vez que o Ministério da Habitação opera de forma independente, ostentando seu próprio orçamento. Enquanto o orçamento combinado do Ministério da Infraestrutura e Habitação em 2023 foi de meros 229 milhões de euros, a alocação apenas para Habitação em 2024 excede 500 milhões de euros.

2. Apoio Extraordinário ao Aluguer: Destinado a famílias cuja taxa de esforço para pagamento de aluguer ultrapassa 35%, o governo estima que essa medida beneficiará aproximadamente 185.000 famílias. Para se qualificar, a renda anual não deve exceder a sexta faixa do IRS, limitada a 27.146 euros anuais. Esse apoio é destinado a famílias com contratos de arrendamento assinados antes de 15 de março de 2015, potencialmente fornecendo até 200 euros mensais, com um custo total para o estado de 250 milhões de euros.

3. Fundo Nacional de Habitação Urgente e Temporária: Destinado a pessoas em risco iminente de perder a habitação, este fundo atende àqueles que enfrentam circunstâncias excepcionais, como condições climáticas adversas. A intenção do governo é dupla: promover a inclusão social e combater as desigualdades. Com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência, o objetivo é alocar 2.000 unidades habitacionais até 2026, metade das quais estarão prontas no próximo ano, com um custo de até 48 milhões de euros.

4. Incentivos Fiscais para Habitação de Trabalhadores: Esta proposta inovadora visa isentar contribuições sociais e acelerar a depreciação fiscal relacionada à propriedade fornecida. O governo pretende conceder benefícios fiscais a empresas que facilitem a habitação dos funcionários. Além disso, os funcionários podem ser isentos do IRS e contribuições sociais relacionadas ao fornecimento de habitação, alinhando-se com os limites do Programa de Apoio ao Aluguer. Esta iniciativa está prevista para custar cerca de dois milhões de euros.

5. Bônus de Taxa de Juros: Aplicável a contribuintes com residência principal, com renda anual não superior à sexta faixa do IRS (27.146 euros), possuindo ativos financeiros inferiores a 62 IAS (29.786 euros em 2023) e uma taxa de esforço de crédito habitacional de 3% ou mais. O governo visa apoiar 200.000 contratos de crédito habitacional, com um apoio anual que não excede 800 euros por contrato, potencialmente reduzindo mais de 66 euros nas prestações mensais do empréstimo hipotecário. O custo estimado dessa medida é de 200 milhões de euros.

6. Estabilização e Redução de Pagamentos de Hipotecas: Destinado a contribuintes com hipotecas de taxa variável ou mista assinadas antes de 15 de março de 2023, com pelo menos cinco anos de prazo remanescente. O governo pretende tornar elegíveis para esse esquema de 800.000 a 900.000 contratos de hipotecas.

7. Direito de Preferência (Programa de Apoio ao Acesso à Habitação): Destinado a pessoas que vivem em condições inadequadas de habitação sem meios financeiros para uma habitação adequada. Com fundos do Plano de Recuperação e Resiliência, o governo pretende beneficiar 26.000 famílias até 2026, a um custo de cerca de 330 milhões de euros.

8. Parque Habitacional Público Acessível: Este programa visa famílias de classe média, garantindo que tenham acesso a habitação acessível. O estado está preparado para investir 216 milhões de euros nesta iniciativa. Outros programas como Porta 65 e Porta 65+ continuam a atender às necessidades de habitação dos jovens e famílias com quedas de renda.

Essas medidas, combinadas com outras do pacote "Mais Habitação", mostram o compromisso do governo em enfrentar os desafios habitacionais, garantindo que mais cidadãos possam ter acesso a moradias decentes em Portugal. O orçamento de 2024 revela uma abordagem proativa para esses desafios, com uma significativa alocação de recursos destinada a criar perspectivas habitacionais mais inclusivas.

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Marisol Ferreira
Obcecada com detalhes de arquitetura e a poesia no inesperado, contadora de historias e mãe galinha.